Saia da zona de conforto com o Illustrator - Com Aarón Jandette
Entrevistamos Aarón Jandette, ilustrador e criador mexicano. Além de nos contagiar com seu otimismo, ele nos deu 5 dicas para sairmos da zona de conforto na criatividade. Leia até o fim.
Quem é Aarón Jandette
Sou ilustrador e criador de conteúdo da Cidade do México. O que eu faço contém uma vibração positiva.
Como tem sido sua jornada para encontrar sua voz e seu estilo?
Estudei música primeiro, e fiquei no meio da corrida. Passei a estudar ciências da comunicação, e na disciplina de Ilustrador, uma professora colocou a gente pra fazer um personagem para aprendermos a usar as falas que ilustram um monstro alto, e como eu gosto muito desses personagens percebi que gostava deles. Depois disso, decidi estudar design gráfico e aí mudei de carreira pela última vez.
O estilo evoluiu e continuará evoluindo. Comecei a fazer as coisas com aquarelas e técnicas tradicionais, más por causa das mochilas e dos quilos e quilos de pincéis, das aquarelas e tintas que carregava, fui para o desenho digital.
Tem um livro que eu gosto, que se chama “Roube como um artista”. Tive muitos problemas de inspiração e dúvidas se o que eu estava fazendo era realmente original, e esse livro me ajudou muito a perceber que tudo já estava feito, e o que vamos fazer são filhos do que já existe. Então, isso me tornou como um pai que ganha experiência enquanto cria.
Como você deixou sua marca?
Foi curioso porque antes da pandemia eu tinha dois empregos. Um era de designer, e o outro era de conteúdo em redes sociais. Enfim, antes da pandemia resolvi me dedicar 100% ao meu projeto e meus chefes me apoiaram.
Dica 1: Como sair da sua zona de conforto
Acho que a primeira coisa é saber que o medo sempre estará lá. Às vezes pensamos demais nas coisas, mas é só fazer. Acho que quando olhamos o que pode acontecer, ficamos tão presos que não vemos as outras perspectivas, e se mudarmos aquele chip um pouco e começarmos a ver o medo como um impulso, como algo desafiador, faz você querer continuar.
Segunda dica: Como enfrentar o medo da exposição e da crítica
É algo em que venho trabalhando ultimamente. No começo me afetou muito. Eu faço terapia e entre todas as coisas trabalhamos muito nisso. Embora eu entenda que é algo que acontece e é inevitável, você tem que aprender a lidar com esses comentários. Deixe que eles te machuquem porque você é humano.
Às vezes eu faço medições de autocuidado. Você pode tomar a decisão de lutar (às vezes sim) e às vezes é melhor deixar as pessoas falarem, mesmo que até certo ponto possa servir como interação. Acontece muito em diferentes redes, mas no Instagram e no Tik Tok é onde menos acontece. No Facebook e no YouTube acontece com mais frequência, e saber isso ajuda você como criador a se cuidar. Você não precisa tolerar nada de ninguém, pois você é um criador, mas também uma pessoa. Essas medidas de mute ou bloqueio são boas ferramentas.
Terceira dica: Como lidar com erros
Às vezes, devido ao imediatismo do trabalho que carrego, chegam mensagens dizendo que estou perdendo o tempo… e isso me quebra. Já subi para carregar um post até cinco vezes porque não percebo os erros. Ou até mesmo bugs do Instagram, que em vez de enviar a imagem, envia uma caixa preta. Uma vez aconteceu que tentei várias vezes e não parei, e isso se tornou uma oportunidade para perguntar aos meus seguidores se eles queriam uma segunda parte. Você também deve vê-los como oportunidades e transformá-los.
Quarta dica: Como sair do bloqueio criativo
É algo que acontece com todos nós e é frustrante. Uma coisa que tem me ajudado muito é largar o lápis, parar de trabalhar e relaxar. Fazer exercícios, assistir a uma série, ler. Todas essas experiências e estímulos o ajudam a parar de pensar sobre o que você tem que fazer e então mudar sua perspectiva sobre como você estava fazendo isso.
Quinta dica: Como encontrar sua própria voz
Eu acho que a primeira coisa é fazer. Quando comecei, usava muitas aquarelas e desenhava personagens, mas já tinha feito isso. Depois quis fazer outra coisa, e como gostava de anime comecei a experienciar esse caminho.
Repetir, além de traçar, é investigar por que o que você gosta é do jeito que é. Você tem que fazer, fazer e fazer, e enquanto faz você está melhorando e está adicionando seu estilo, você está adicionando ingredientes ao seu prato.
Conte-nos sobre qualquer desafio que você teve em sua carreira e como você o superou
Fazer conteúdo na Internet é complicado porque há muita competição. As redes sociais são exigentes e o algoritmo o afeta mais se você for um pequeno criador. Um dia você faz conteúdo e vai bem para você e depois vai mal para você. O que me ajudou foi nunca ficar na minha zona de conforto. Tentar um post de ilustração, depois um carrossel, depois um vídeo também é um convite a ficar atento ao que está acontecendo no mundo, pois a inovação não para e você também não deveria.
Precisamente algo que me ajudou muito a sair da minha zona de conforto foi começar a fazer Tik Toks e Reels, pois as pessoas adoram e continuo fazendo o que gosto. Você tem que olhar em volta e ousar fazer coisas novas.
Quais ferramentas você usa em seu trabalho
Desenhando no tablet e computador, faço storyboards e esboços à mão e escrevo ideias que me ocorrem no celular. Também uso meus personagens, que fazem parte da minha marca, para contar essas histórias.
É um processo longo, e às vezes leva cerca de 8 horas entre o Illustrator (para criar), o Photoshop (para desenhar) e o After Effects (para animar). Eu o tenho polido antes de fazê-lo de uma forma rudimentar, mas conforme tenho aprendido, continuo me preparando sempre. Eu testo formatos, filtros, adesivos e qualquer nova ilustração.
Quais são os planos para o futuro
Estou no processo de levar minha marca para algo maior. Às vezes, como designers e ilustradores que trabalham sozinhos, chega um momento em que você tem muitas coisas para delegar. Então, estou em um processo de licenciamento com minha marca para levá-la ao próximo nível, e é algo que me entusiasma muito porque é algo que tenho cozinhado aos poucos.
Aarón em seu conteúdo compartilha alegria e contagia todos os seus seguidores com aquele otimismo que o caracteriza, e nesta entrevista ele nos motivou a ousar fazer coisas novas, sair da zona de conforto, ter desafios para pensar no que vem a seguir e como apreciá-lo. Vamos pensar menos no resultado e aproveitar mais a viagem. Convidamos você a acompanhar seu trabalho no Behance.
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